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Poemas: A Rua dos Cataventos - Mario Quintana

  • Rafael Ribeiro
  • 16 de fev. de 2017
  • 1 min de leitura

Mario Quintana, nascido em 1906 na cidade de Alegrete (RS), mudou-se aos 13 anos para capital dos gaúchos, Porto Alegre. Foi um poeta, tradutor e jornalista. Em 1980 ganhou o Prêmio Machado de Assis e no ano seguinte o Prêmio Jabuti. Morreu aos 87 anos, em 5 de maio de 1994.

A Rua dos Cataventos


Da vez primeira em que me assassinaram, Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, a cada vez que me mataram, Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou O mais desnudo, o que não tem mais nada. Arde um toco de Vela amarelada, Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada! Pois dessa mão avaramente adunca Não haverão de arrancar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai! Que a luz trêmula e triste como um ai, A luz de um morto não se apaga nunca!

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